25 de abril de 2010

Luz do século - Chico Xavier


Filho do humilde e inculto operário João Cândido Xavier e da lavadeira Maria João de Deus, Francisco Cândido Xavier, ou melhor, Francisco de Paula Cândido que era seu verdadeiro nome de batismo nasceu em Pedro Leopoldo, pequena cidade do estado de Minas Gerais, no dia 2 de Abril de 1910 e ficou notabilizado como Chico Xavier, o maior médium do Século XX e o maior psicógrafo de todos os tempos.


Cinebiografia de médium tem atuações admiráveis e firma Daniel Filho como
principal artesão do cinema nacional hoje.

Inácio Araujo / Crítico da Folha

Sobre Chico Xavier sempre pesou a sombra da fraude. E esse é, agora, o princípio que unifica a narrativa de “Chico Xavier” e permite ao filme transitar de sua infância à velhice sem perder o fio da meada. 
As ressonâncias de tal personagem são imensas. À hipótese de fraude responde, de maneira simétrica, a de um mandato divino, inexplicável senão àqueles que têm fé.

De certo modo é a história de Cristo que se revive ali: aquele homem cura, é milagroso, mas só o povo humilde (sem acesso à medicina tradicional) é capaz de compreendê-lo e aceitá-lo. Letrados e outros religiosos acham que tudo é obra da ignorância ou do Diabo. 
Foi justamente por escapar à apreensão racional, no entanto, que Chico Xavier acabou se tornando um dos personagens mais marcantes do imaginário brasileiro no século 20. 
Desde que tratado de maneira adequada, tinha tudo para ser o imenso sucesso cinematográfico que desde já se anuncia (“Bezerra de Menezes”, produzido com migalhas e lançado quase secretamente, tornou-se um fenômeno de público). 
Por tratamento adequado entenda-se, primeiro, respeito e adesão ao personagem, mas não submissão prévia. É pelo principal “subplot” do filme, aliás, que se desenvolve a tensão entre crença e ceticismo.


Chico Xavier: O Filme